Ata de Assinatura da criação do Banco de Pele na FIERGS |
Placa de Instalação Física do Banco na Santa Casa |
1º Doação de pele na Santa Casa |
O primeiro Banco de Pele do país e o terceiro da América Latina, completa, nesta sexta-feira (23), 18 anos de atividades, prestando um grande serviço à sociedade e salvando muitas vidas. O Banco foi criado em 2005, na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS, por intermédio da Fundação dos Bancos Sociais, coordenado por Jorge Luiz Buneder e instalado fisicamente no mesmo ano na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O Projeto foi idealizado pelo Dr. Roberto Corrêa Chem, médico que atuou intensamente no desenvolvimento do Banco e trabalhou em importantes pesquisas da área. Desde 2009, o seu filho, Dr. Eduardo Mainieri Chem assumiu a Direção do Banco. Atualmente, o Banco mobiliza esforços para o uso da membrana amniótica, que pode significar um salto de tratamento de queimados no Brasil.
O Banco de Pele Dr. Roberto Corrêa Chem, recebeu o nome do seu idealizador, uma homenagem em memória a este importante médico, falecido no acidente aéreo do vôo 447, da Air France, junto com sua esposa Vera, e a filha Letícia. Dr. Eduardo Chem, que era colega do pai Roberto Chem na mesma especialidade, assumiu como Diretor Médico do Banco de Pele e deu continuidade ao belo trabalho desenvolvido, ajudando a salvar vidas em todo o país.
O sonho da criação do Banco de pele foi materializado na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS, por intermédio da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais. Sua criação deu-se na Sala da Presidência da FIERGS, em 2005, através da Ata de Fundação do Banco, firmada entre a FIERGS, a Refinaria Alberto Pasqualine (REFAP) e a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, estando presentes o Coordenador do Conselho de Cidadania da FIERGS, Jorge Luiz Buneder, representando o Presidente da FIERGS; o Diretor Superintendente da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, Paulo Renê Bernhard; o Responsável Técnico pelo Banco de Pele, Dr. Roberto Corrêa Chem; o Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, José Sperb Sanseverino; o Diretor Geral e Administrativo da Santa Casa, Olímpio Dalmagro; o Presidente da Refinaria Alberto Pasqualine, Hildo Francisco Henz; os Conselheiros do Banco de Pele, Paulo Sérgio Pinto, Airton Rocha e Hamilton Romanato Ribeiro, entre outras importantes autoridades.
Contribuíram ainda para o efetivo início de suas atividades, a intervenção do ex-presidente da FIERGS Paulo Fernandes Tigre e a Ministra Chefe da Casa Civil na época Dilma Rousseff, que trabalhou pela obtenção da necessária Portaria que autorizou a captação de pele de pessoas falecidas. Já a viabilização financeira do projeto para instalação do Banco na Santa Casa, foi da Refinaria Alberto Pasqualine (REFAP), que tinha como presidente Hildo Henz.
Outra grande conquista do Banco ocorreu em 2009, quando foi obtida a autorização do INSS para pagamento dos procedimentos médicos pelo Sistema Único de Saúde - SUS, conquista que juntamente com a aprovação da Portaria que autorizou a captação de pele de falecidos, constituiu-se num grande avanço da medicina no País.
Desde a sua criação, em Porto Alegre, o Banco de Pele serviu de modelo para a criação de outros três Bancos no País (Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná), e ajudou a salvar inúmeras vidas, como as das vítimas do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (2013), no tratamento de crianças feridas no incêndio em uma creche em Minas Gerais (2017), e na explosão de um caminhão-tanque em Lima, no Peru (2020).
O Banco de Pele Dr. Roberto Corrêa Chem, instalado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre têm a função de captar, processar, preservar e disponibilizar lâminas de pele alógena com a finalidade de transplante. A retirada da pele é feita em centro cirúrgico sob condições de assepsia rigorosa e o processamento é realizado sob as mesmas condições assépticas dentro dos bancos de pele. Nas situações de queimaduras graves, o enxerto de pele alógena é indispensável no tratamento e manutenção da vida dos pacientes.
O transplante de Pele é praticado da mesma forma que os demais órgãos, como pulmão, rim, etc. A família do doador é quem pode autorizar a retirada do tecido e concretizar o desejo de doação. A pele doada possui poucos milímetros de espessura, sendo mais fina que uma folha de papel. Essa área não fica exposta, sendo normalmente o troco ou pernas.
Nos 18 anos do Banco, foi possível captar pele de 496 doadores e enviar o tecido para 399 receptores no país, via SUS.
A luta atual do Banco de Pele é pela regulamentação do uso da membrana amniótica (tecido que cobre a placenta) na recuperação de queimados. A prática já é realizada em países como Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Chile e Argentina. No Brasil, as vítimas de queimaduras graves ainda dependem, basicamente, de transplantes de pele para sobreviver.
O problema é que não há doadores suficientes. Hoje, o Banco disponibiliza, por ano, em média, um volume de pele capaz de atender, no máximo, 50 pacientes com lesões extensas. O número poderia ser multiplicado muitas vezes se o Sistema Nacional de Transplantes autorizasse o uso da membrana amniótica, que em geral, é descartada após o nascimento dos bebês. Além da eficácia comprovada, a utilização do material nesses casos, teria custo menor.
Confira o vídeo de criação do Banco de Pele Clicando aqui: https://youtu.be/fz_LpYMXu2k