A Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais – Indústria da Solidariedade, foi criada em 06 de dezembro de 2003, pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). A iniciativa é pioneira no País e possui envolvimento direto das indústrias do Estado buscando inserir com mais efetividade o empresariado gaúcho na área da responsabilidade social, além de oferecer natureza jurídica e facilitar a operacionalização do Projeto dos Bancos Sociais. O projeto foi idealizado no Conselho de Responsabilidade Social e Cidadania da FIERGS e teve como principal estímulo o êxito do Banco de Alimentos. A Fundação tem como papel fundamental “transformar o desperdício em benefício social”. Além de distribuir produtos perfeitamente utilizáveis para as instituições atendidas, são ofertados cursos de capacitação e treinamento profissional e de técnicas de gestão empresarial.
Os Bancos Sociais atendem as mais diversas instituições do 3º Setor, levando todos os tipos de benefícios necessários para uma melhor qualidade de vida. Somente em Porto Alegre, são beneficiadas 380 instituições mensalmente.
O Projeto dos Bancos Sociais integra hoje 14 Bancos: Banco de Alimentos, Banco de Computadores, Banco de Gestão e Sustentabilidade, Banco de Livros, Banco de Órgãos e Transplantes, Banco de Materiais de Construção, Banco de Medicamentos, Banco de Mobiliários, Banco de Projetos Comunitários, Banco de Refeições Coletivas, Banco de Resíduos, Banco de Tecido Humano, Banco de Vestuários, e Banco de Voluntários.
Principais resultados Banco de Livros ano 2013
O Banco de Livros entende que um dos seus papéis na sociedade é o de fazer o conhecimento circular e chegar até as pessoas que não têm acesso à leitura. Para atingir esse objetivo, recebe doação de livros novos e usados de pessoas, empresas, ou adquiridos através de campanhas. No Banco de Livros, uma equipe especializada faz a triagem e a higienização dos exemplares, verificando as necessidades das instituições quanto à infra-estrutura e acervo, definindo o perfil do leitor, selecionando o acervo de acordo com o perfil do público-alvo, organizando o espaço de leitura e a entrega os livros. Os volumes arrecadados são usados para a montagem de novas bibliotecas em comunidades carentes, presídios, cidades sem biblioteca, entre outros.
O Projeto “Passaporte para o Futuro” do Banco de Livros continuou as montagens de bibliotecas, concluindo 85 bibliotecas nas unidades prisionais do Estado. 11 unidades da Fase do Rio Grande do Sul também já ganharam bibliotecas. Além da implantação das bibliotecas, Agentes Penitenciários de todos os presídios (um agente por unidade) foram treinados no Banco de Livros para atuação nas bibliotecas e orientação aos apenados. Com os presídios e unidades da Fase em finalização, o Banco de livros inicia um novo projeto, o “Cultura na Veia” que visa implantar salas de leituras nos Postos de saúde. O primeiro Espaço de Leitura já foi inaugurado no Posto de Saúde do bairro Navegantes.
Grande reconhecimento da sociedade veio através da Feira do Livro no último exercício, quando foram arrecadados 107 mil livros em prol do Banco. A campanha contou com a parceria da Parceiros Voluntários. Somente em 2013, este Banco doou 58.339 mil livros para biblioteca de escolas, creches, asilos, presídios, associações de moradores, entre outros.
Banco de Materiais de Construção
As sobras de materiais de obras de empresas da indústria da Construção Civil são matéria prima deste Banco, que mantém uma perfeita estrutura de armazenamento e logística para receber doações, classificá-las e distribuí-las para as instituições do terceiro setor, comunidades carentes e famílias que vivem em sub-habitações, buscando minimizar as suas dificuldades. O Banco de Materiais de Construção recebe e distribui os mais diversos materiais, tais como: tintas, portas, janelas, vasos, telhas, pisos, azulejos, pias, materiais elétricos e hidráulicos, canos plásticos e galvanizados, vidros, cimento, brita, pontas de estoque, entre outros.
O montante de 8.183 itens foram doados por esse Banco às instituições beneficiadas no exercício. Através da parceria com o SENAI-RS, o Banco de Materiais de Construção ainda formou 58 alunos no curso de capacitação profissional.
Banco de Medicamentos
O Banco de Medicamentos atua no meio empresarial farmacêutico, buscando a doação de medicamentos para repassá-los aos ambulatórios das instituições carentes. Atualmente esse Banco está em fase de transferência de sua área física para a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Banco de Mobiliários
Pessoas, empresas ou entidades doam móveis ao Banco de Mobiliários, que faz os reparos necessários, classifica e os distribui de acordo com a demanda informada pelas instituições assistênciais, escolas e creches cadastradas, e através do SENAI-RS, proporciona cursos gratuitos de iniciação em reparos de móveis para pessoas em situação de risco social. Os cursos oferecidos capacitam pessoas das localidades mais carentes da capital, as quais atuam como multiplicadores em suas comunidades formando núcleos de trabalho, gerando renda para o grupo e incentivando o aprendizado e crescimento profissional. Durante o período de aula, os alunos também receberam material didático, transporte e alimentação gratuitos, oferecidos pela Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais.
No último exercício, O Banco produziu, restaurou e distribuiu 1.215 itens de mobiliários às instituições. Através de parceria com o SENAI-RS, esse Banco também formou 54 alunos no curso de capacitação profissional.
O Núcleo Design Social da Uniritter realizou importantes projetos de inovação na área de desenvolvimento de projetos para a FGBS e criação de mobiliário pré-escolar, para creches e instituições do terceiro setor, com destaque para salas de leituras para crianças visitantes em presídios.
Banco de Órgãos e Transplantes
O Banco de Órgãos e Transplantes procura sensibilizar os gaúchos para a importância da doação de órgãos, mostrando que este ato de solidariedade e cidadania significa o prolongamento ou melhoria da qualidade de vida para milhares de pessoas que necessitam de transplante.
Dentre as múltiplas ações, destaca-se a importância do enfoque educativo, pois só desta maneira será disseminada esta nova cultura, assim como serão ampliados os conhecimentos da população. Outra iniciativa de grande importância, refere-se a necessidade de "mobilização" da população no sentido de promoção da Doação de Órgãos.
O Banco lançou em 2013 o livro “Manual de Doações e Transplantes”, fruto da interação de alunos e professores da disciplina eletiva de Doação de órgãos e Tecidos da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Dando continuidade ao processo de implantação de Bancos Sociais em outras Federações de Indústrias no País, no dia 6 de agosto, ocorreu o lançamento do Banco Social de Doação de Órgãos e Transplantes da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), um Banco Social que levará mais esperança e saúde à população do Pará.
Banco de Projetos Comunitários
O Banco de Projetos Comunitários capacita as instituições para a elaboração de projetos de captação de recursos financeiros. Mantém sites de orientação para as empresas e pessoas físicas informando sobre o aproveitamento de leis de incentivo e renúncias fiscais, para benefício de ONGs. Este Banco também ensina a administrar e prestar contas dos recursos recebidos.
O grande objetivo do Banco é a difusão no meio empresarial da cultura de aproveitamento de “recursos incentivados” disponíveis para projetos sociais de interesse das comunidades carentes.
Criou um novo site para orientar empresas e pessoas físicas que podem Utilizar a Lei Federal de Incentivo Fiscal 8069/90, para contribuir para a concretização de Projetos de apoio à criança e ao adolescente, sem nenhum custo. O site disponibiliza informações e simulador para orientar a população. O Banco de Projetos Comunitários também confecciona e envia às pessoas físicas e empresas web cards de estímulo às doações.
Banco de Refeições Coletivas
Tem por objetivo recolher o excedente de produção de cozinhas industriais, e doar a creches, asilos, escolas, orfanatos e outras entidades assistências, proporcionando melhorias fundamentais na qualidade de vida das pessoas menos favorecidas.
Banco de Resíduos
Com o objetivo de reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos industriais, o Banco de Resíduos tem um compromisso ainda maior, cuidar da preservação do meio ambiente, gerar empregos e incrementar o desenvolvimento sócio-econômico do Rio Grande do Sul. Uma das características marcantes do Banco de Resíduos é a busca de projetos bem elaborados nos diversos departamentos de pesquisas das universidades conveniadas. Doutores, professores e pesquisadores orientam seus alunos no sentido de desenvolver ideias de aproveitamento dos desperdícios da sociedade em projetos tecnologicamente viáveis, de maneira que possam interessar empresários e financiadores. O Banco de Resíduos se propõe a intermediar essa ação agindo pro ativamente no processo da localização das ideias ou projetos. Este processo visa desenvolver novas empresas, absorver resíduos, que se tornem matérias-primas, e criar novos empregos, gerando renda para a sociedade. Este é somente um dos vários processos que o Banco de Resíduos pode atuar, transformando resíduo em riqueza e benefício social, sem agredir o meio-ambiente e sem ônus para a sua empresa.
Grande sucesso desse Banco é a Bolsa de Recicláveis (www.bolsadereciclaveis-rs.com.br) ferramenta de âmbito nacional que já possui cadastradas mais de 10 mil empresas. Através da Bolsa de Recicláveis, qualquer empresa pode gratuitamente trocar, comprar e vender resíduos. O Portal busca fortalecer e criar novas oportunidades para o setor de reciclagem, em todo o País. Plásticos, resíduos orgânicos, metais, borrachas, resíduos de construção e demolição, mineração, vidros, lâmpadas, têxteis, entre outros, são negociados neste site, sem que a empresa precise ter custos para obter este serviço, estimulando a reciclagem e reaproveitamento de materiais no nosso país.
Banco de Tecido Humano
O Banco de Tecido Humano-Pele proporciona a recuperação de crianças e adultos com sequelas de queimadura grave. O Banco têm a função de captar, processar, preservar e disponibilizar lâminas de pele alógena com finalidade de transplante. Inaugurado em 2005, é o primeiro Banco de Pele no País a obter autorização para captação de Pele de pessoas falecidas, junto ao Ministério da Saúde. Fornece pele para todos os Estados do Brasil, possibilitando nos casos de queimaduras graves o enxerto de pele alógena para o tratamento e manutenção. O Banco também possibilita o ensino e a pesquisa clínica, tanto na área de Banco de Tecidos, como na área de células-tronco e suas possíveis aplicações clínicas. O Banco também viabilizou a construção do Banco de Pele da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, intermediando recursos da REFAP da ordem de um milhão de reais, para a compra dos equipamentos.
O Banco de Tecido Humano-Pele, instalado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, teve, em 2013, 40 doadores de tecido humano-pele, captando 13.787,5 cm² de área e disponibilizando para transplante 15.389,25 cm². Foram realizados 41 envios de pele para transplantes, totalizando 41.092,25 cm² de pele enviada para as cidade/hospitais: HPS - Porto Alegre, RS - HCPA - Porto Alegre, RS - HCR - Porto Alegre, RS - Hospital Centenário - São Leopoldo, SC - Hospital Infantil Joana de Gusmão – Florianópolis, SC - Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (UFSC), PR - Hospital Regional do Norte do Paraná – Londrina, PR - Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, SP - HC - Ribeirão Preto e MG - Hospital João XXIII - Belo Horizonte.
O Banco de Tecido Humano de Porto Alegre serviu como modelo para a criação do Banco de Tecido Humano de Pernambuco, Curitiba (PR) e Ribeirão Preto (SP) e encontram-se em fase de criação Bancos de Pele nos Estados do RJ, SP (02), MG e BA.
Em janeiro de 2013, o Banco de Pele se mobilizou para atender as vítimas do trágico incêndio ocorrido em Santa Maria/RS, na Boate Kiss. O Banco de Pele de Porto Alegre disponibilizou pele alógena (7.340,5 cm²) para quatro pacientes vítimas da tragédia, com um total de cinco enxertias realizadas. Os receptores da pele eram todos jovens (20 a 25 anos de idade) com superfície corporal queimada variando de 15 a 45%. Na ocasião, o Banco de Pele recebeu reforços dos estoques de tecidos dos Bancos do exterior, tais como Argentina, Chile e Uruguai, totalizando em 48.015,5 cm² disponibilizados para transplante (pele + membrana amniótica).
Banco de Vestuários
O Banco de Vestuários foi criado com a missão de identificar e recolher os excedentes industriais, retalhos, malhas, e resíduos em geral e repassá-los principalmente a Clubes de Mães, Grupos de Terceira idade, Associações de Bairros, Igrejas, Centros Comunitários que já mantenham serviços de corte e costura para suas comunidades, fazendo com que toda a sobra de produção possa suprir a falta de agasalhos, roupas de cama, colchas, cobertores, artesanatos, etc. A realidade social que teremos daqui há algum tempo depende apenas do que estamos fazendo hoje. Por isso, o Banco de Vestuários não é uma ação isolada, mas uma estrutura organizada e preparada para durar e fazer parte do nosso dia-a-dia. Já temos unidades de distribuição e confecção de agasalhos, além de um pavilhão adaptado às necessidades, com contêineres, de coleta e seleção de material.
O Banco de Vestuários também oferece cursos semi-profissionalizantes em parceria com o SENAI. Os cursos oferecidos pela Fundação capacitam pessoas das localidades mais carentes da capital, as quais atuam como multiplicadores em suas comunidades formando núcleos de trabalho, gerando renda para o grupo e incentivando o aprendizado e crescimento profissional. As aulas ocorrem nas instalações dos Bancos Sociais, e são ministrados por instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-RS). Durante o período de aula, os alunos também recebem material didático, transporte e alimentação gratuitos, oferecidos pela Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais.
Somente em 2013, o Banco de Vestuários doou 21.000 quilos de tecidos e aparas às instituições beneficentes e grupos de artesãs, além de centenas de produtos confeccionados e fraldas. O Projeto Reciclando com Arte, do Banco de Vestuários realizou três feiras na FIERGS, a Feira de Páscoa, Feira do Dia das Mães e Feira de Natal. Esse Banco ainda capacitou 183 alunos nos cursos de capacitação profissional oferecidos em parceria com o SENAI-RS.
Banco de Voluntários
O Banco de Voluntários é constituído por empresários, dirigentes, familiares e funcionários do Sistema FIERGS, Federasul, Farsul, IEE, ADVB, IBEF, outras Federações, Sindicatos Patronais, Universidades, Rotary e Lions Clubs, Grupos de Escoteiros, Parceiros Voluntários, Diaconias e Fornecedores. O Banco de Voluntários tem a finalidade de zelar pela manutenção e operacionalidade dos Bancos Sociais nas suas mais diversas áreas. São mais de 1.000 pessoas que doam o seu tempo nos primeiros Sábados Solidários de cada mês para auxiliar na captação de alimentos junto aos Supermercados, e outras campanhas e ações realizadas pelos Bancos Sociais.
Nos sites www.bancossociais.org.br e www.rededebancosdealimentos.org.br você conhecerá outros trabalhos desenvolvidos pelos Bancos Sociais, e terá acesso aos sites individuais de cada Banco.