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Notícia

Banco de Alimentos de Porto Alegre comemora 15 anos

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Para ajudar a combater a fome no Brasil, no ano 2000, um grupo de empresas, sindicatos, entidades e clubes de serviços reuniram-se e criaram no Conselho de Responsabilidade Social e Cidadania da FIERGS o primeiro Banco de Alimentos do Brasil, na cidade de Porto Alegre. Desde então, o Banco de Alimentos de Porto Alegre já arrecadou e distribuiu mais de 30 milhões de quilos de alimentos para entidades carentes. Para comemorar a passagem dos seus 15 anos e angariar fundos para novas doações, o Banco de Alimentos realizará um Jantar Beneficente na Associação Leopoldina Juvenil, na noite de 10 de novembro.
 
Com o slogan “Uma noite que vale muito”, o Jantar Beneficente do Banco de Alimentos angariará fundos para a compra de alimentos, os quais beneficiarão as mais de 300 entidades atendidas mensalmente. O evento será realizado em 10 de novembro, às 21h, na Associação Leopoldina Juvenil. Contará com cardápio exclusivo do Chef Claudio Solano, apresentação musical e sorteio de brindes. Os ingressos podem ser adquiridos por R$150,00 pelo e-mail paola.monti@fiergs.org.br.
 
O Banco de Alimentos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que atua como um gerenciador de desperdícios administrando três operações: coleta, armazenamento e distribuição qualificada de alimentos, além de realizar capacitações de segurança alimentar e nutricional às entidades beneficentes.
 
 
 
Projetos de Nutrição e Segurança alimentar
 
O Banco de Alimentos desenvolve projetos de Segurança Alimentar e Nutricional em parceria com as principais Universidades Gaúchas (UNISINOS, UFRGS, PUCRS, UFCSPA, IPA, UNICRUZ, entre outras). Mais de 300 estagiários já participaram dos programas de nutrição, beneficiando as instituições atendidas. Um dos projetos de maior visibilidade é o “Nutrindo o Amanhã”. Periodicamente a equipe de nutrição do Banco realiza avaliações nutricionais para determinar o perfil antropométrico das crianças matriculadas nas instituições atendidas. Somente em 2014, avaliaram o estado nutricional de 398 crianças e adolescentes atendidos nas instituições, realizaram 54 dinâmicas de educação alimentar, além de ministrar 49 palestras, oficinas e capacitações com pais, educadores e funcionários das instituições. De igual importância se destaca o Projeto “Cozinha Nota Dez” que busca implementar uma cultura de boas práticas e higiene na manipulação de alimentos nas instituições beneficiárias do Banco de Alimentos. Até o momento, 91 insti
tuições participaram do programa. O projeto “Oficina do Sabor” tem como objetivo incentivar as pessoas a realizarem escolhas alimentares adequadas, tendo a culinária como seu eixo estruturante. As oficinas de culinária são realizadas na cozinha experimental do Banco de Alimentos e são divididas em parte prática e teórica. Somente no último exercício, 191 crianças, jovens, cozinheiros e auxiliares realizaram oficinas de aperfeiçoamento em técnicas de culinária e gastronomia saudável. Em 2014 foi lançado o novo Projeto Passos da Longevidade, que tem como objetivo promover e manter a qualidade de vida e saúde da população idosa. Neste período, realizou 15 planejamentos alimentares específicos e 78 avaliações do estado nutricional em duas instituições de longa permanência para idosos e em um grupo de convivência. 
 
Outra iniciativa de grande amplitude social no combate ao desperdício de alimentos é o Programa “Hortifrutigranjeiros”, realizado em parceria com a Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) e com supermercados do Estado do Rio Grande do Sul para recolhimento, higienização e distribuição de frutas e hortaliças “descartadas” das gôndolas das lojas, mas em perfeitas condições de consumo humano. Somente com este programa foram arrecadados e distribuídos 740 toneladas de hortifrutigranjeiros no último ano.
 
 
 
Fontes de captação de recursos e campanhas
 
Já no que se refere às fontes de captação de alimentos, o Banco de Alimentos se orgulha de poder contar com a participação da sociedade como um todo, a partir de uma sinergia estabelecida com empresas, sindicatos, bancos comerciais, universidades, Rotary, Lions, escotismo, associações comerciais, industriais e de serviços, federações, entidades religiosas, poder público, entidades representativas de classe, entre outras, que lhe proporcionam doações para serem destinadas às instituições previamente cadastradas.  
 
Ainda com o objetivo de captar alimentos, o Banco desenvolve campanhas de arrecadação, tais como o tradicional “Sábado Solidário” que é realizado em parceria Redes de Supermercados em todo o  Estado do Rio Grande do Sul,  sempre no primeiro sábado do mês, contando com um verdadeiro exército de voluntários que captam alimentos e estimulam a solidariedade. Já a campanha virtual do “Clique Alimentos”, que é uma verdadeira inovação tecnológica na área de responsabilidade social, já captou para o Banco 4.300.000 quilos de alimentos. Disponibilizando aos internautas uma sistemática extremamente simples de clicar para doar sem qualquer custo, o Banco conseguiu facilitar a participação de doadores do mundo inteiro. O site www.cliquealimentos.com.br, desde o seu lançamento em 2008, já foi acessado por internautas de 140 países e mais de 2 mil cidades do mundo. As Campanhas “Super Natal Banco de Alimentos”, “Inverno Sem Fome” e “Campanha do Quilo” são outras importantes campanhas de sucesso do Banco de Alimentos.
 
 
 
Operacionalidade e sistemática de trabalho
 
O SETCERGS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul), presidida por Afrânio Kieling é a entidade responsável pelo gerenciamento logístico da Rede de Bancos de Alimentos RS. Roda anualmente uma média de 100.000 km, executando a coleta e a distribuição de alimentos arrecadados às instituições carentes cadastradas. 
 
A sistemática de trabalho do Banco de Alimentos é muito simples. Os alimentos doados são coletados nos locais e dias indicados pelos doadores. Em seguida, as doações são armazenadas na central de arrecadações, um depósito próprio do Banco de Alimentos. Neste local, as nutricionistas analisam e determinam quais os tipos de alimentos necessários para as instituições, conforme as quantidades e valores nutricionais ideais para suprir suas necessidades. Posteriormente ocorre a distribuição qualificada dos alimentos, entregues gratuitamente para as instituições previamente cadastradas no Banco de Gestão e Sustentabilidade. As entidades beneficentes (entidades assistenciais como creches, escolas, asilos, lares de excepcionais, associações de bairros, entre outras) também recebem treinamento sobre segurança alimentar, higiene, e aproveitamento adequado dos alimentos.
 
 
 
Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul
 
Buscando ampliar as atividades do Banco criado em Porto Alegre,  visando levar seus benefícios a outras localidades, e ainda estabelecer uma padronização de serviços e alinhamento da metodologia, foi criada em 2007, a Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul. 
 
No Estado do Rio Grande do Sul, o Banco de Alimentos mantêm instalações em Porto Alegre, Gravataí, Pelotas, Caxias do Sul, Guaíba, Canoas, Vale do Sinos (Portão, Sapucaia, São Leopoldo, e Esteio), Viamão, Camaquã, Santana do Livramento, Litoral Norte, Cruz Alta, Uruguaiana, Venâncio Aires, Região  do Calçado (Novo Hamburgo, Estância Velha, Sapiranga e Campo Bom), Rio Grande, Cachoeirinha e Alvorada, mais o Banco do Rio de Janeiro-Oeste, o único fora do Estado.  Estão em processo de desenvolvimento Bancos de Alimentos em Santa Cruz do Sul (RS) e Curitiba (PR). Atualmente são 19 Bancos interligados e que seguem a mesma sistemática de trabalho levando alimento, saúde e conhecimento para as comunidades carentes.
 
Juntos, os Bancos de Alimentos beneficiam 803 instituições no Estado, doando uma média de 400 mil quilos de alimentos por mês. Somente em Porto Alegre, são doadas 250 toneladas de alimentos por mês, beneficiando 300 instituições.
 
Com seus milhares de Voluntários, os Bancos de Alimentos estão vencendo o desafio de erradicar a fome, representando com isso o compromisso e a responsabilidade de cada um com o seu semelhante. O Banco de Alimentos é um exemplo de “Auto Gestão” da sociedade, isto significa dizer que a própria população é capaz de buscar soluções para suas demandas sociais, contando além da generosidade e espírito de solidariedade da população, com a participação de “um pouquinho de cada um”, para resolver um problema de tamanha amplitude social, conhecido hoje como o maior flagelo da humanidade, a FOME.
 

11/09/15