O tradicional Sábado Solidário, da Rede de Bancos de Alimentos do RS, realizado no dia 8 de julho arrecadou 42 toneladas de alimentos. A previsão é que a ação deste mês de julho alcance 50 toneladas de alimentos, já que alguns Bancos de Alimentos associados à Rede ainda promoverão a ação solidária nos próximos sábados. Somente o montante dessa ação mensal garantirá 150 mil refeições. Mais do que números absolutos, os dados representam a manutenção de uma vida digna aos beneficiários de cada doação feita pela sociedade, em um gesto de combate ao alto percentual de pessoas que sofrem com a fome no mundo e no país, conforme pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Nesta edição, o Sábado Solidário foi realizado em mais de 20 cidades e em Porto Alegre recebeu um aliado de peso: o Sicredi Jardim Lindóia (Av. Assis Brasil, 3940). A equipe, formada por mais de 60 voluntários, atuou em sete supermercados parceiros da Capital gaúcha, arrecadando mais de 4 toneladas de alimentos. A ação soma-se às   tradicionais ações solidárias realizadas pelo Dia C – Dia do Cooperativismo, do Sicredi.

Todos os alimentos doados durante as campanhas de Sábado Solidário são destinados a instituições sociais cadastradas nos Bancos de Alimentos locais e cada contribuição transcende a capacidade de garantia das necessidades do organismo em manter suas funções vitais. Cada alimento doado significa também a oferta de mais esperança, resiliência e força para buscar uma vida melhor. 

O resultado desta e de outras campanhas da Rede de Bancos de Alimentos do RS tem sido um alento e conforto para milhares de famílias gaúchas, mas outras milhares de centenas ainda precisam de amparo, conforme demonstrou o relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), publicado em conjunto por cinco agências especializadas das Nações Unidas - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Pelo documento, a insegurança alimentar no Brasil vem crescendo e atingiu 70,3 milhões de brasileiros (32,8% da população) entre 2020 e 2022. Pelo documento, a insegurança alimentar severa – quando a pessoa passa fome por não ter o que comer todos os dias - mais que quintuplicou nesse intervalo, passando de 4 milhões para 21,1 milhões, ou de 1,9% para 21,1%.

De fato, a fome é um flagelo. Mas esse sofrimento poderia ser combatido efetivamente se houvesse a quebra do desperdício de alimentos ocasionados em toda cadeia alimentar, desde a lavoura, armazenagem, transporte e pontos de distribuição. 

Conforme o presidente da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, há um desequilíbrio logístico do alimento e os Bancos de Alimentos no Estado vêm atuando desde sua fundação, a partir da criação do Banco de Alimentos de Porto Alegre, no ano de 2000, sendo o primeiro do gênero no País. “Alternativas como os Bancos de Alimentos podem acabar com a fome”, ressalta o presidente. 

Pela metodologia do Banco de Alimentos de Porto Alegre, replicada por 25 bancos associados no RS e outros dois em Santa Catarina e Paraná, há toda uma gestão baseada em importantes pilares: captação, logística, armazenagem e distribuição.  

Desde sua criação, o Banco de Alimentos de Porto Alegre já arrecadou e distribuiu mais de 70 milhões de quilos de alimentos. Somente durante a pandemia distribuiu mais de 8 milhões de quilos de gêneros alimentícios.

A iniciativa tem como missão erradicar a fome, combater o desperdício e a má nutrição, trabalhando em prol da segurança alimentar. Para tanto, além de doar alimentos, o Banco de Alimentos mantém seis projetos sociais nas áreas de Nutrição e Saúde, com intuito de capacitar as instituições para que tenham maior eficiência em seus atendimentos e levar mais saúde e melhor qualidade de vida aos beneficiados. 

A arrecadação é contínua e as doações podem ser feitas por toda a sociedade em apenas alguns cliques, basta ter acesso à internet, pelo site Doe Alimentos: clique aqui