15/10/2012 - A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) precisa estar inserida na estratégia global de competitividade das companhias e não apenas como ações isoladas e individuais. A necessidade de sua democratização foi a ideia central transmitida pelo vice-presidente da Forum Empresa, Felipe Lira, na palestra de abertura do Congresso Internacional de Responsabilidade Social Empresarial, nesta segunda-feira (15), no Teatro do Sesi, em Porto Alegre. "A RSE precisa ser encarada como geradora de riqueza tanto para o meio corporativo quanto para a sociedade", avalia. O evento é promovido pelo Sistema FIERGS, por meio do Sesi-RS e do Centro Internacional de Negócios (CIN-RS) no âmbito do Programa Al-Invest IV, em parceira com a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais.
Lira atenta para a necessidade de as grandes empresas compartilharem o conhecimento e as ferramentas de implantação de responsabilidade social junto às pequenas e médias companhias, que, na América Latina, compõe mais de 60% da economia. Isso mostra a necessidade de tornar mais acessíveis essas práticas. Um levantamento da Forum Empresa mostra que apenas 30% das companhias de menor porte na América Latina receberam alguma orientação das maiores. "Esse já é um passo, mas é muito pequeno ainda", afirma.
O palestrante também apontou que a população latino-americana passa por uma fase de descrença nas pessoas e nas instituições. Dados da Forum Empresa aponta que, na América Latina, apenas 22% das pessoas confiam em outras. Quando o recorte é no Brasil, o índice cai para 9%. "Ou seja, de cada cem participantes aqui me assistindo, apenas nove vão sair confiando naquilo que estou dizendo", exemplificou. Para reverter esse quadro, ele aponta como um dos passos a aplicação da Responsabilidade Social como ponte para o fortalecimento da confiança na região. Lira finalizou a palestra com um recado: "Nunca esqueçam. Não há empresas exitosas em uma sociedade fracassada".
Durante a abertura oficial do evento, o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, destacou a importância da união entre América Latina e a União Europeia no mesmo intercâmbio de ideias e de objetivos. "Essa união significa que o debate da responsabilidade social está presente na maioria das ações do mundo globalizado", afirmou. "Na visão dos industriais, a responsabilidade social contempla a evolução da qualidade de vida do trabalhador no seu ambiente laboral, na sua comunidade", complementou. Müller citou ações do Sistema FIERGS nesse sentido, como o projeto de Prevenção ao Uso de Drogas no Trabalho e na Família, em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, e a fundação, no ano 2000, do Banco de Alimentos, que evoluiu para a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, hoje, composta por 16 bancos.
Fonte: Unicom/FIERGS
Foto: Arquivo FGBS